Almada e Lisboa

in Visão online, 4 jul 2003

Arrancou na última sexta-feira mais uma edição, a 20.ª, do Festival Internacional de Teatro de Almada. Durante 15 dias, em vários espaços de um e de outro lado do rio Tejo, há muito para ver, mais precisamente 30 espectáculos diferentes de autores nacionais e estrangeiros, incluindo duas encenações do suíço Benno Besson

Se para uns o tempo já é de férias, para outros, os amantes de teatro, as próximas duas semanas são de festa, com a 20.ª edição do Festival Internacional de Teatro de Almada. Até dia 18, 27 companhias – 12 nacionais e 15 estrangeiras, entre francesas, italianas, espanholas, belgas, brasileiras, canadianas e checas – vão brilhar em vários palcos almadenses e lisboetas.

A abertura do festival fica este ano a cargo do espectáculo de dança-teatro Silicone Não, um texto de Jacinto Lucas Pires com direcção de Paulo Ribeiro, a ver no Palco Grande da Escola D. António da Costa, em Almada. Da presença portuguesa, destaca-se ainda A Última Bobina, de Samuel Beckett, com direcção de Fernando Mora Ramos, que dirige também Burlesco, de Karl Valentin, Eduardo de Fillipo e Sean O’Casey. De Viana do Castelo, o Teatro do Noroeste apresenta William Pig, o Porco que Leu Shakespeare, de Christine Blondel, com encenação de Jorge Castro Guedes.

A edição deste ano escolheu Raul Solnado a figura a homenagear, «pelo seu contributo para a arte da comédia, de que é um dos mais notáveis representantes, mais também pela sua multifacetada carreira no teatro, cinema rádio e televisão», conforme explica a organização.

Mas a figura de cartaz do festival é o encenador suíço Benno Besson, antigo assistente de Bertolt Brecht e encarado com um «rebelde permanente». O Amor das Três Laranjas, de Carlo Gozzi, e O Círculo de Giz Caucasiano, de Brecht, são as duas encenações de Benno Besson, a ver no Grande Auditório do Centro Cultural de Belém.

Há ainda a destacar o início, este ano, de um ciclo dedicado aos países de língua portuguesa, que arranca nesta 20.ª edição com um painel de actividades dedicado a Angola. Um grupo de teatro, grupos musicais, uma mesa-redonda sobre ficção e drama angolanos e uma exposição integram este ciclo.

Além do Teatro Municipal de Almada, servem ainda de palco a este festival a Escola D. António Costa, Fórum Romeu Correia e Incrível Almadense, e Centro Cultural de Belém, Teatro Maria Matos e Teatro da Trindade, em Lisboa.

in Visão online, 4 jul 2003