AL MADA NADA

de Ricardo Pais | textos de Almada Negreiros

10 a 13 ABRIL, 2014 | SALA PRINCIPAL

Desde que me conheço nunca pisei o risco fora daquilo que não fosse comunicação disse Almada Negreiros, em 1969, e a afirmação pode servir de divisa ao novo espectáculo de Ricardo Pais, al mada nada, o qual estabelece com Turismo infinito, sobre o universo pessoano, os diálogos que ecoam ainda entre o“poeta d’Orpheu futurista e tudo” e o poeta fingidor “que chega a fingir que é dor a dor que deveras sente”. al mada nada foi projectado para o mesmo dispositivo cénico de Turismo infinito, mas renuncia à repetição de fórmulas e celebra a energética performatividade de Almada Negreiros. Uma celebração a que se juntam os Momentum Crew, bailarinos de dança urbana cuja vibrante intensidade e precisão quase acrobática foram internacionalmente premiadas; e Pedro Almendra, actor que participou em alguns dos espectáculos mais marcantes de Ricardo Pais. Num poema, Almada pergunta – e responde: “Pra quê o teatro? Eis-nos aqui” .

Almada Negreiros (1893-1970), escritor e artista plástico, figura central da modernidade artística portuguesa no século XX, desenvolveu, a par da literatura e da pintura a óleo, coreografias para ballet, e trabalhos em tapeçaria, gravura, pintura mural, caricatura, mosaico, azulejo e vitral. Nas suas palavras: “não é o teatro que me interessa, não é a pintura que me interessa, não é a escultura, não é nenhuma arte em especial; o que me interessa a mim é o espectáculo. Espectáculo quer dizer ver – ver! O espectáculo pode estar onde quiserem, mas que seja visto” . Da sua obra literária destaca-se Manifesto anti Dantas e por extenso (1915), A cena do ódio (poesia, 1915), e Nome de guerra (romance, 1938).

Intérpretes Pedro Almendra (actor), Bruce Almighty, Deeogo Oliveira, Laga et Alin, Ma x Oliveira, Mix Ivanou e Pedro França (dança urbana – momentum crew) e Rui Silva (percussões)

Dramaturgia Pedro Sobrado
Cenografia Manuel Aires Mateus*
Figurinos Bernardo Monteiro
luz Nuno Meira
Desenho de som Joel Azevedo
Canto, elocução e preparação vocal João Henriques
Guião e encenação Ricardo Pais com Manuel Tur
* Sobre o dispositivo cénico de Turismo Infinito

SALA PRINCIPAL | 10 a 13 ABRIL
TEATRO/DANÇA | Duração: 1h00 (aprox.)

Teatro Nacional S. João (Porto)

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