A noite da iguana ao pormenor

A noite da iguana é a última peça do ciclo que os Artistas Unidos dedicaram a Tennessee Williams. Em quatro anos foram levadas à cena quatro peças do dramaturgo norte-americano: Gata em telhado de zinco quente (2014), Doce pássaro da juventude (2015), Jardim zoológico de vidro (2016) e A noite da iguana (2017). Quatro peças escritas e estreadas na época áurea da carreira do autor, tendo em comum o facto de todas terem conhecido versões cinematográficas na década de 50. Na próxima Conversa com o público vamos ao encontro das motivações de Jorge Silva Melo ao planear este ciclo. Por que razão seleccionou este conjunto de peças? Que balanço faz agora do contacto regular com os textos de um autor que sempre admirou, mas cujos dilemas – fixados e, quantas vezes, distorcidos pelo cinema – pareciam impossíveis de voltar a pôr em palco? Por outro lado, estarão em destaque as duas peças que os Artistas Unidos trazem este ano ao TMJB: A noite da iguana e Jardim zoológico de vidro. Colocadas lado a lado, em retrospectiva, que desafios lançaram ao encenador? O que é que os dramas de um antigo padre e de uma pintora de meia-idade têm, no primeiro caso, para nos dizer? E a crise familiar que se adensa na segunda?

Jorge Silva Melo (n. 1948) é actor, tradutor, cineasta e encenador. Em 1969 obteve um diploma em realização pela London Film School. Estagiou em Berlim com Peter Stein e em Milão com Giorgio Strehler. Em 1973 fundou, com Luis Miguel Cintra, o Teatro da Cornucópia, que integrou até 1979. Em 1995 fundou os Artistas Unidos, a companhia independente que actualmente dirige e na qual centra a sua actividade como encenador. Foi também professor na Escola Superior de Teatro e Cinema e é autor de várias peças de teatro.

Ângela Pardelha
in CTA, 20 mar 2017