A História do Teatro passa pelo espectáculo e pela reacção do público

No sábado, dia 29, vamos ter como convidados das Conversas com o Público, a actriz Io Appolloni e o investigador Pedro Cerejo, moderados por Catarina Neves, que vão debater o Star system em ‘cacha alta’

Na última Conversa com o Público o tema foi A gente vai em digressão, com os actores Rui Mendes e Guilherme Filipe, moderados por Ana Sofia Patrão. O actor Guilherme Filipe, que é também um investigador, começou por fazer uma retrospectiva histórica do teatro: “A profissão do actor é das mais antigas”.  ”O teatro à italiana em forma de ferradura vem dos teatros desmontáveis que apresentavam espectáculos nas feiras populares, as companhias de província não estavam sediadas em nenhum lugar, tinham licenças, geralmente de três meses, e depois mudavam de lugar.” Concluiu: “A História do Teatro passa pelo espectáculo e pela reacção do público e não necessariamente pela literatura”.

Rui Mendes por seu lado falou da sua experiência: “Os anos cinquenta e sessenta, do século passado, foram talvez os anos mais negros do teatro português”. “As digressões eram muito difíceis”, continuou: “os resistentes eram a Maria Amélia Rey Colaço”. Sobre as digressões confessou não ter feito muitas, mas “em todo o lado onde nós íamos havia um grupo de teatro, havia teatro amador em muitos sítios, e tinha público”.

A conversa continuou bastante animada revelando a experiência de dois actores, e a sua vida de teatro. Foi também uma digressão dos que estavam na plateia, por outros tempos, uns mais difíceis outros mais fáceis, mas sempre de resistência e dedicação ao teatro.

No dia 29, às 18h, no foyer do TMJB, a conversa continua, desta vez com a actriz Io Appolloni e o investigador Pedro Cerejo, moderados pela jornalista Catarina Neves, que vão debater com o público o Star system em ‘cacha alta’.

Consulte aqui o programa completo das Conversas com o Público a propósito do espectáculo em cena no TMJB, Music-Hall, de Jean-Luc Lagarce, com encenação de Rogério de Carvalho.

Catarina Neves (moderadora)
É licenciada em Comunicação Social na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, curso terminado em 1995 e tem mestrado em Estudos de Teatro, na Faculdade de Letras, finalizado em 2008, ambas as formações feitas em Lisboa, Portugal. É jornalista há quase 30 anos, dos quais os últimos 22 em televisão. Nos anos anteriores trabalhou em rádio e imprensa. Desde 2012 produziu e realizou 7 documentários e duas curtas de ficção tendo ganho vários prémios como por exemplo duas vezes o prémio do Público do DocLisboa. Várias reportagens receberam também prémios como o da Diversidade Cultural e o da Televisão, em 2016, do Alto Comissariado das Migrações.

Io Apolloni
Nasceu em Itália, em 1945. Adquiriu a nacionalidade portuguesa em 1975. Concluiu o curso de interpretação da Escola Experimental de Cinematografia de Roma. A EECR atribuiu como prémio aos finalistas uma ida ao Festival de Cinema de Veneza e aí Io conhece o espanhol Cesário Gonçalves, que lhe propõe participar num filme, a rodar em Espanha, pelo realizador Manuel Mur Oti. É a longa-metragem Louca Juventude (1965) onde contracena com Joselito. No mesmo ano participa no filme, Jenny, a Mulher Proibida, de Juan Bardem e em Comizi d’amore, de Pier Paolo Pasolini, e estreia-se como cantora no Casino de Gibraltar. E ainda é convidada a vir a Portugal para participar na revista Sopa no Mel. A partir daí desenvolveu uma forte actividade artística em Portugal tendo participado em diversas Revistas no Teatro Maria Vitória, Teatro Monumental, Teatro Capitólio, Teatro Villaret e Teatro ABC. Participou em mais de uma dezena de filmes em Portugal. Participou ainda em dezenas de séries de televisão. Para além da carreira de actriz, é empresária e especialista em doces tendo editado o livro Os doces da Io, em 1997, e em 2018 a sua autobiografia Uma Vida Agridoce.

Pedro Cerejo
Formado em Antropologia, acabou por ir parar a meio da década de 1990 aos jornais. Aí trabalhou como jornalista, tradutor e revisor de texto. Volta e meia, ainda escreve umas coisas no Le Monde diplomatique – edição portuguesa. Actualmente, encontra-se a fazer doutoramento no Centro de Estudos de Teatro da Faculdade de Letras com um projecto de investigação que visa analisar as formas como o teatro surge nas páginas da imprensa portuguesa ao longo da década de 1970, tomando como objecto de estudo privilegiado o vespertino Diário de Lisboa. Trata-se de acompanhar aspectos como o surgimento, no estertor da ditadura, do chamado teatro independente e a descentralização teatral na sequência da revolução de Abril de 74, surgindo Joaquim Benite como figura relevante neste cruzamento entre o teatro e a imprensa.

in CTA 23 Abr 2023

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