A “força da palavra” de Jelinek

O encenador de Viagem de Inverno esteve ontem na esplanada para um colóquio sobre esta peça, onde o tema privilegiado foi a complexidade de trabalhar um texto tão denso de Elfriede Jelinek, em todas as vertentes que constroem o espectáculo. Rita Martins, que moderou a conversa, caracterizou o texto como uma “torrente de palavras”, no qual “não há a ajuda tradicional do texto dramático”. Nuno Carinhas explicou de que forma trabalharam esta peça: o processo de “corta e cose” que não traísse a escrita de Jelinek, a contribuição indispensável dos desejos e intuições das três actrizes e a importância da cenografia belíssima, contudo rígida, que traduzia “a força da palavra” que trata os temas de forma dinâmica, mas fria. Falámos ainda sobre a forma como as metáforas específicas do contexto austríaco reflectem um único sistema, onde também nos revemos.

Sofia Pancada in 37.ºFA 17 Jul 2020

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