A festa do teatro, olhos nos olhos

A 38- edição do Festival de Teatro de Almada decorre de 2a 25 de julho em sete salas de Almada e Lisboa. A programação inclui 11 espetáculos portugueses e dez estrangeiros, todos presenciais. Eis sete destaques

Cláudia Marques Santos in Visão, 01 Julho 2021

50 anos de CTA
Esta edição do festival acontece num ano em que se comemora o 50s aniversário da Companhia de Teatro de Almada (CTA), herdeira do Grupo de Teatro de Campolide, fundado em 1971 por Joaquim Benite (19432012). A CTA volta a convidar Rogério de Carvalho para encenar Hipólito, de Eurípedes, um diálogo com Fedra, de Racine, que o encenador dirigiu em 2006 e que contou igualmente com a participação dos atores Teresa Gafeira e Marques D’Arede. 0 espetáculo abre o festival nesta sexta, 2, no Teatro Municipal Joaquim Benite (até domingo, 4).

Bellucci como Callas
Para os fãs da atriz italiana, esta é a oportunidade de verem Monica Bellucci estrear-se em palco, a interpretar nada menos do que a superdiva da ópera Maria Callas. Em Maria Callas – Cartas e Memórias, de Tom Volf, é retratado o percurso da soprano e da mulher, desde a infância passada em Nova Iorque aos anos vividos em Atenas. Dias lOell de julho, no CCB, em Lisboa.

Programação internacional
Até ver, e assim o permita a evolução da pandemia, a programação internacional está de volta aos palcos físicos do festival, com destaque para a participação de criadores como Ivo van Hove, Josef Nadj, Jan Lauwers ou Ivica Buljan. Em Quem Matou o Meu Pai, de Édouard Louis, o encenador belga Ivo van Hove adapta para palco o livro, homónimo, do jovem escritor sensação francês – tem 28 anos. Um monólogo interpretado por Hans Kesting, trata-se de uma crítica mordaz aos códigos de autoridade alojados na organização social e familiar. Dias 8 a 10 de julho, no Teatro D. Maria II.

Memórias da guerra colonial
São vários os colonialismos europeus que atravessam a programação deste ano. Escrito e encenado pelo diretor do festival e da CTA, Rodrigo Francisco, Um Gajo Nunca Mais é a Mesma Coisa tem a guerra colonial portuguesa como tema de reflexão. De 14 a 25 jul, no Teatro Municipal Joaquim Benite.

Eduardo de Filippo X2
E, de repente, duas vezes Eduardo de Filippo, comediógrafo, ator, dramaturgo e cineasta napolitano. No Incrível Almadense, em Amitié, com texto de Irène Bonnaud, vemos François Chattot interpretar De Fillippo, a partir da história de amizade deste com o realizador Pier Paolo Pasolini (dias 2a 4,6 e7 jul). Uma das suas peças, A Grande Magia, está em cena no anfiteatro ao ar livre da Culturgest (até 10 de julho).

Surrealismo brasileiro
Outra grande interpretação de uma figura das artes éa de Chico Diaz, a encarnar Walter Campos de CarvaLho, o escritor brasileiro que usava o cómico para apontar o trágico. A partir da obra A Lua Vem da Ásia, a peça, com o mesmo título, tem permitido aclamar Diaz como um gigante da interpretação em palco. Para ver no Incrível Almadense, de 14 a 18 de julho.

Dança
Na área da dança, destaque para Omma, do coreógrafo nascido na Sérvia Josef Nadj (911 jul, Teatro Joaquim Benite): em palco, estão oito bailarinos oriundos do Congo, do Mali, do Senegal, da Costa do Marfim e do Burkina Faso, que trabalham o encontro com o outro. A nível nacional, em Planeta Dança – Capítulo 4, Sónia Baptista revisita a história da dança em nova página, a convite da Companhia Nacional de Bailado (10-11 jul, no Cine-Teatro da Academia Almadense).

mostrar mais
Back to top button