A 35ª edição do Festival Internacional de Teatro de Almada é uma maratona em palco

Está aí a 35ª edição do Festival de Teatro de Almada, com 24 peças, quatro espetáculos de rua e 11 concertos de entrada livre. A partir desta quarta, 4

Claudia Marques Santos in Visão, 03 jul 2018 notícia online

Não há questão mais atual do que a das fronteiras. “Tem que ver com os próprios criadores que, quando fazem espetáculos, estão já a responder ao contexto em que vivem e, inevitavelmente, fazem espetáculos sobre aquilo que os toca”, refere Rodrigo Francisco, diretor do Festival de Teatro de Almada que acontece, como sempre, entre 4 e 18 de julho. “Neste caso é uma companhia mexicana. Com o que aconteceu recentemente nos EUA e com as medidas que foram tomadas, há um espetáculo, que curiosamente é de um autor espanhol, sobre essa temática que ganha atualidade…” Com encenação de Ignacio García e texto de Juan Carlos Rubio, a peça chama-se Arizona, estará em cena no sábado e no domingo, 7 e 8 de julho, no Fórum Romeu Correia e retrata um casal norte-americano que se dirige para sul para vigiar a fronteira, integrado num programa de patrulhamento do deserto.

“Nós procuramos a diversidade, é esse o traço da nossa programação. Olhando para os 24 espetáculos que temos em sala vemos uma panóplia vasta de temas e formas de fazer teatro”, continua. “Temos espetáculos sem palavras, temos espetáculos de texto puro e duro, temos espetáculos de dança e acabamos com um recital de poesia que é também um documentário.” O festival abre de novo com o espetáculo que foi a escolha do público na edição anterior; no caso, Apre – Melodrama Burlesco, peça que coloca em diálogo as peripécias de três habitantes de um prédio de subúrbio.

Rodrigo Francisco destaca também a importância de contemplar os artistas emergentes na programação do festival, que se distribui por salas em Almada e em Lisboa. “Há dois espetáculos que gostava de referir: Liliom ou a Vida e a Morte de um Vagabundo, apresentado no Teatro Municipal Joaquim Benite, de Jean Bellorini, que dirige o Teatro Gérard Philipe e, com menos de 40 anos, é já uma referência no teatro europeu; e A Sonâmbula, encenado por David Marton, de origem húngara, que faz uma revisitação da ópera do Bellini com instrumentos modernos.” Dos 24 espetáculos, nove são portugueses: casos de Nada de Mim pelos Artistas Unidos (5 a 8 de julho) ou Colónia Penal pela Ar de Filmes/Teatro do Bairro (5 a 17 de Julho).

A professora e escritora Yvette Centeno é a artista homenageada nesta 35ª edição do Festival de Almada. A exposição O Pomar das Romãzeiras, concebida pelo arquiteto e cenógrafo José Manuel Castanheira, evoca a sua obra.

Festival Internacional de Teatro de Almada > Escola D. António da Costa, Teatro Municipal Joaquim Benite, Fórum Romeu Correia, Teatro-Estúdio António Assunção > Almada > Teatro Nacional D. Maria II, Centro Cultural de Belém, São Luiz Teatro Municipal, Teatro da Trindade, Teatro da Politécnica, Teatro do Bairro > Lisboa > T. 21 273 9360 > 4-18 jul

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