Na sequência da apresentação de um conjunto de peças polémicas, severamente criticadas por dramaturgos invejosos e por eclesiásticos com o orgulho ferido, Molière, longe de tentar apaziguar os ânimos, escreve O Tartufo, uma das mais flagrantes e violentas provocações que poderia dirigir aos seus detractores. O escândalo causado pela sua representação foi tal que nem mesmo Luís XIV, pese embora o seu apreço pela peça e a sua amizade pelo autor, foi capaz de contrariar as resoluções de Guillaume de Lamoignon, que proibiu a sua representação pública, e do arcebispo de Paris, que chegou ao ponto de ameaçar com a excomunhão todos aqueles que representassem, lessem ou ouvissem ler o texto. Assim, durante cinco anos (1664-1669), a história de Tartufo, um oportunista que, fingindo devoção, mantém uma insidiosa influência sobre a família do ingénuo Orgon, esteve arredada dos palcos. Todavia, desde o seu regresso, não mais caiu na interdição ou no esquecimento, sendo revisitada em todas as épocas pelo fiel retrato da hipocrisia que encerra.
Estreia no Teatro Municipal Joaquim Benite a 7 de Março de 2014
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