Almada | Festival de Almada regressa de 4 a 18 de Julho

Foi no Dia Mundial do Teatro, 27 de Março, que a Companhia de Teatro de Almada adiantou pormenores da 40ª edição do Festival de Almada

Sofia Quintas in Almada online 28 Março 2023 notícia online

Foi no Dia Mundial do Teatro, 27 de Março, que a Companhia de Teatro de Almada levantou a cortina da 40ª edição do Festival de Teatro de Almada. Celebrando um número redondo, o Festival de Almada regressa de 4 a 18 de Julho. Foram também avançadas algumas datas e peças já confirmadas para a próxima edição.

Organizado pela Companhia de Teatro de Almada, com a apoio da Câmara Municipal de Almada, o Festival de Almada que já é parte do ADN do concelho, celebra este ano a sua 40ª edição. Será também por isso uma edição especial, que apenas terá a sua programação anunciada a 16 de Junho, mas da qual avançamos alguns detalhes revelados ontem pela companhia de teatro almadense.

Como já vem sendo hábito o festival de Almada reune mais uma vez alguns dos mais destacados criadores e companhias nacionais e internacionais. Vinte espectáculos de teatro, dança e novo circo serão apresentados em nove palcos de Almada (Teatro Municipal Joaquim Benite, Escola D. António da Costa, Forum Romeu Correia, Incrível Almadense, Academia Almadense) e Lisboa (Centro Cultural de Belém), sendo que doze das peças são criações internacionais e oito criações nacionais.

O “teatro da palavra”, ancorado na literatura, está este ano representado por um conjunto de encenadores que se têm dedicado à montagem de peças seminais da dramaturgia universal. Peter Stein, o decano mundialmente aclamado dos directores de teatro e de ópera, que se estabeleceu na companhia Schaubühne am Lehniner Platz, com sede no teatro no bairro de Wilmersdorf em Berlim, que tornou na vanguarda do teatro alemão e, que já apresentou no Festival textos de Beckett (A última gravação de Krapp, com Klaus Maria Brandauer), Labiche (O prémio Martin) ou Pinter (O regresso a casa), traz este ano O aniversário, também de Harold Pinter. Esta é uma produção italiana dos teatros Tieffe de Milão e Nacional Stabile de Veneto, estreada no Outono do ano passado, com Maddalena Crippa no elenco.

Escrita em 1957, quando Pinter tinha apenas 27 anos, O aniversário é tida como uma das suas “comédias de ameaça”, entre o cómico e o trágico. “Ainda havemos de ouvir falar muito deste autor e deste texto”, escreveu Harold Hobson, crítico do Sunday Times, no dia seguinte à estreia absoluta da peça, ocorrida em Cambridge em 1958. Stein sublinha que “nunca estamos seguros das personagens nos dizerem a verdade, ou estarem pura e simplesmente a mentir: os espectadores são mantidos num estado de incerteza contínua”. A peça sobe à cena no dia 12 de Julho, no Palco Grande da Escola D. António da Costa.

Como Espectáculo de Honra, volta o monólogo de Doug Wright, numa produção do Teatro Experimental de Cascais com encenação de Carlos Avilez e interpretado por Marco D’Almeida. Esta foi a peça votada no ano passado pelo público do Festival, para regressar este ano. Vencedor de múltiplos prémios, incluindo um Pulitzer e um Tony Award, Eu sou a minha própria mulher conta a fascinante biografia de Charlotte von Mahlsdorf, que viveu sob o regime nazi, e na Berlim Oriental da República Democrática Alemã. Esta personagem real revela-nos o seu museu-antiquário, em cuja cave apresentava clandestinamente espectáculos para a comunidade gay de Berlim. A peça poderá ser vista em três récitas, nos dias 7, 9 e 11 de Julho no palco do Auditório Fernando Lopes-Graça, no Forum Romeu Correia.

©Ricardo Rodrigues / Eu sou a minha própria mulher foi a peça votada no ano passado pelo público para regressar este ano

De Israel, vem uma das mais renomadas companhias de dança do Mundo, a Batsheva Dance Company, num regresso a Portugal com a sua nova criação. MOMO, uma coreografia de Ohad Naharin com colaboração de Ariel Cohen, tem uma banda sonora assente no álbum Landfall, que a lendária Laurie Anderson gravou com o Kronos Quartet. Para o jornal israelita Haaretz, MOMO, apesar da ironia constante, consiste num contundente alerta contra o crescimento da extrema-direita: “a fé que Naharin tinha na capacidade de as pessoas tomarem uma posição parece ter dado lugar a um certo desespero”, lê-se. Este espectáculo pode ser visto nos dias 13 e 14 de Julho, no Centro Cultural de Belém.

©Ascaf / MOMO é um espectáculo de dança com banda sonora uma banda sonora do álbum Landfall, que Laurie Anderson gravou com o Kronos Quartet

O encenador Declan Donnellan e o cenógrafo Nick Ormerod fundaram em 1981 a companhia Cheek by Jowl. Baseada em Inglaterra, esta estrutura acabou por montar espectáculos em vários países, com elencos franceses, russos e italianos. Desta vez a dupla de criadores aportou em Madrid, dirigindo A vida é sonho, de Pedro Calderón de la Barca, para a Compañía Nacional de Teatro Clássico. Depois de um inesquecível Rei Ubu, de Alfred Jarry, apresentado em 2014, Donnellan regressa ao Festival de Almada, nos dias 17 e 18 de Julho, com um dos mais emblemáticos textos do siglo de oro, que poderá ser visto no palco do Teatro Municipal Joaquim Benite.

©Javier Naval / A vida é sonho de Pedro Calderón de la Barca, para a Compañía Nacional de Teatro Clássico de Madrid sobe ao palco do TMJB

A Assinatura Geral para o Festival de Almada custará 85€ e, para quem é membro Clube de Amigos do Teatro Municipal Joaquim Benite, com cartão válido, pelo menos, até 18 de Julho, 68€. A Assinatura do Festival de Almada dá acesso a todos os espectáculos, numa das sessões programadas. O título de Assinatura deverá ser trocado pelos respectivos bilhetes para cada sessão, na bilheteira do Teatro Municipal Joaquim Benite, a partir de 17 de Junho.

A programação completa do 40º Festival de Almada será divulgada a 16 de Junho, pelas 21h, na Casa da Cerca.
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