Rogério de Carvalho encena “Hipólito” para a abertura de 38.º Festival de Almada

A estreia da tragédia "Hipólito" na sala principal do Teatro Municipal Joaquim Benite assinala hoje, em Almada, a abertura do 38.º Festival de Almada, que este ano apresenta 21 produções num total de 108 espetáculos de teatro.

in JN, 02 Julho 2021 | notícia online

Esta criação da anfitriã do certame, a Companhia de Teatro de Almada (CTA), teve como objetivo, segundo o encenador Rogério de Carvalho, a construção de “um novo ponto de vista” sobre a tragédia em torno de Hipólito e Fedra, quinze anos depois de ter dirigido, também para a CTA, “Fedra”, de Racine.

A protagonizar esta peça estão Cláudio da Silva, no papel de Hipólito, e Teresa Gafeira, como Fedra, que regressa a esta personagens 15 anos depois de a ter interpretado no texto de Racine.

“Hipólito” terá três representações no Teatro Joaquim Benite e voltará ao palco principal daquela sala no início de 2022, segundo o diretor da CTA e do festival, Rodrigo Francisco.

“Amizade”, um espetáculo de Eduardo De Filippo e Pier Paolo Pasolini, com encenação de Irène Bonnaud, estreado no Festival d´Avignon em 2019, “História da violência”, do escritor francês Édouard Louis com encenação do croata Ivica Buljan, e “Aurora negra”, com criação e direção artística de Cleo Diára, Isabél Zuaa e Nádia Yracema são as outras propostas de sala para o primeiro dia do festival.

“Amizade” terá cinco representações (repete no sábado e dias 04, 06 e 07) na Incrível Almadense, “História da violência” terá quatro sessões no Fórum Municipal Romeu Correia (repete no sábado e nos dias 04 e 05) e “Aurora negra” terá também quatro representações (repete no sábado e nos dias 04 e 05) no Cine-Teatro da Academia Almadense.

A assinalar a abertura da 38.ª edição do Festival será também inaugurada uma exposição do arquiteto e cenógrafo José Manuel Castanheira. Patente no ‘foyer’ do Teatro Joaquim Benite, a mostra — referida pelo autor como “Uma árvore com espetadores à volta” — celebra os 50 anos da CTA, que se assinalam este ano.

No pátio do Teatro Azul, como também é designado aquele teatro municipal, está uma árvore que Joaquim Benite, fundador da companhia e seu diretor até à morte, em dezembro de 2012, quis plantar, simbolicamente, no meio da construção.

A mostra de José Manuel Castanheira, para a qual contribuiu a memória da atriz Teresa Gafeira, também fundadora da CTA, traça um preso ao longo do ‘foyer’ e está dividida em três partes: o público, numa homenagem aos espectadores, um mapa de raízes, que leva os visitantes às mais de trezentas cidades, vilas e aldeias por onde a companhia passou, e uma “frondosa árvore composta pela universalidade e pluralidade dos criadores e companhias que, ao longo de 38 anos do Festival, de algum modo, contaminaram o imaginário do teatro português”, escreve o autor da mostra no desdobrável do festival.

De hoje até 25 de julho, os espectadores poderão assistir a peças de teatro como “Quem matou o meu pai”, de Édouard Louis, “Duas personagens”, de Tennessee Williams, e “Omm”, uma criação do bailarino Josef Nadj, que este ano dirige a iniciativa “O sentido dos mestres”, a decorrer entre dias 10 e 14.

“Terras do sul”, uma criação de teatro documental da basca Laida Azkona Goñi e do chileno Txalo Tolosa-Fernández, sobre a barbárie das novas formas de colonialismo na Patagónia, “Maria Callas – Cartas e memórias”, interpretada por Monica Belluci, e “Um gajo nunca mais é a mesma coisa”, a segunda criação da CTA para o 38.º festival, são outras das propostas de sala.

O lançamento do livro “A dança como arma” de Madalena Victorino, uma exposição do autor do cartaz desta edição do certame, Thomas Langley, patente na Casa da Cerca, os Encontros da Cerca, este ano dedicados aos 50 anos da companhia são iniciativas paralelas ao festival.

mostrar mais
Back to top button