O teatro das revoluções interiores

Com a sabedoria e o carisma do costume, ontem foi a vez de João Mota marcar presença na esplanada do TMJB, para um colóquio sobre As artimanhas de Scapin, uma comédia de Molière que encenou e estreou, dia 16, no Festival de Almada. Mota confessou que levou anos a compreender a essência de Scapin – um filósofo do povo do século XVII, mas que podia ser de hoje, que tanto admira. Esse trabalho demorado de compreensão do espírito das personagens e do texto ajudou-o a encenar este espectáculo com assertividade, no qual tudo tem uma razão de ser. Falámos ainda sobre a actualidade da peça, sobre o teatro que se faz hoje e sobre a educação para a arte, que não deve ser “mais do que ensinar o outro a crescer”. Para João Mota, “o teatro não faz revoluções”, mas pode desencadear as nossas revoluções interiores. Para terminar a conversa, a moderadora Ana Isabel Vasconcelos agradeceu ao encenador “todo o seu sentir e todo o vibrar desse “eu” que está desde sempre empenhado no teatro”, com que nos presenteou neste colóquio.

Sofia Pancada in 37.ºFA 23 Jul 2020

mostrar mais
Back to top button