![Ensemble à 'Conversa com o Público'](/wp-content/uploads/2016/09/00000582_0001-780x405.jpg)
Ensemble à ‘Conversa com o Público’
Na passado Sábado a companhia do Porto, Ensemble, esteve à conversa com o público no foyer do Teatro Municipal Joaquim Benite, a propósito do clássico de Shakespeare, Rei Lear, com encenação de Rogério de Carvalho.
Presentes estiveram o tradutor da peça, Fernando Villas-boas, Jorge Pinto, actor que interpreta o Rei Lear, e Emília Silvestre, assistente de encenação. A moderar esta conversa esteve Ângela Pardelha.
Jorge Pinto falou do seu trabalho de actor e da importância de viver as personagens mais do que as teorias: ‘O Rogério disse-me que eu estava no quadro clínico para poder fazer o Rei Lear‘. Referiu ainda que montar Shakespeare não é fazer arqueologia, porque os textos deste falam das pessoas de todos os tempos.
Fernando Villas-Boas começou por falar sobre a tradução em geral, referindo que houve uma grande evolução nas traduções de textos cénicos, apesar de em Portugal haver ainda muito poucos tradutores de teatro. Ironizou, dada a presença de António Pescada no foyer, que estavam ali quase todos os tradutores portugueses de textos teatrais.
Depois debruçou-se sobre o seu trabalho nesta tradução em particular, falando da necessidade de a tradução ser nítida para poder servir os actores. Sobre Rei Lear, disse ainda que Shakespeare vem pôr em causa a bondade e a maldade. A ordem moral católica.
Emília Silvestre falou da encenação, referindo que Rogério de Carvalho mantém as personagens sempre em aberto. ‘Para o Rogério o teatro são os actores, não há grandes cenários, não há fogo de artifício. Tudo nasce da interpretação dos actores.’
Seguiu-se o debate com o público presente.
A próxima Conversa com o Público é no próximo Sábado, dia 1 de Outubro, às 18h, a propósito da última criação da Companhia de Teatro de Almada: O feio, de Marius von Mayenburg, com encenação de Toni Cafiero.
Miguel Martins
in CTA, 26 set 2016