Um Sábado no TMJB
Os Sábados no TMJB são repletos de iniciativas que se destinam a diversas faixas etárias. Oficinas para crianças, colóquios e espectáculos.
Ás 15h, realizou-se uma Oficina para crianças, dos 5 aos 7 anos, desta vez dedicada ao tema: ‘De onde vem a luz?’
Quem passou pelo TMJB, um pouco antes das 15h e espreitou para dentro da sala do ATL, pôde ver capacetes de técnicos e lanternas, devidamente alinhados em cima da mesa central. Destinavam-se aos jovens aprendizes de técnicos, que por um Sábado, iriam compreender a diferença entre luz natural e luz artificial.
As crianças que participaram nesta Oficina, puderam ver e experimentar como se faz um desenho de luz. Foram à teia, montaram projectores, experimentaram filtros, deram ordens de palco, subiram e desceram varas e perceberam como através da manipulação da luz se criam ambientes.
Às 18h, no foyer do teatro, deu-se inicio à Conversa com o Público, com a companhia Les Ateliers Contemporains, a propósito do espectáculo La barque, le soir. com encenação de Claude Regy, que esteve em cena no TMJB nos dias 27, 28 e 29 de Maio.
Na mesa estiveram Alexandre Barry, cineasta e argumentista que trabalha, desde 1995, como assistente de encenação de Claude Regy; Yann Boudaud, actor do espectáculo; Rodrigo Francisco, director artístico da Companhia de Teatro de Almada, na função de intérprete do francês para o português e Ângela Pardelha, a moderar o debate.
Yann Boudaud, na qualidade de actor, explicou que o seu trabalho passava por transmitir coisas de dentro dele, que não são dele, “porque alguém escreveu isto antes“, neste caso Tarjei Vesaas, o autor do texto. Isto tudo sem que o seu trabalho de actor se sobreponha ao que foi escrito.“Durante os ensaios, muito do trabalho está no que não está escrito, como se o resultado final fosse o próprio texto“ Concluiu: “talvez seja preciso representar menos e viver mais“.
Alexandre Barry, completou o raciocínio: “Claude Regy gosta de trabalhar estes textos, que não foram escritos para teatro, porque quer evitar os lugares comuns e os naturalismos, que os textos de teatro encerram“. Nos espectáculos do Claude Regy “o encenador e o actor apagam-se para fazer sobressair o texto. Logo nos anos sessenta, Claude Regy, anunciou a não espectacularidade dos seus espectáculos“,“o objectivo deste teatro despojado é que o espectador faça o espectáculo na sua cabeça, a partir do texto“.
O debate manteve-se animado, com várias interpelações por parte do público, que procurou conhecer e perceber melhor o método utilizado nos espectáculos, pelo incontornável encenador francês, Claude Regy.
Às 21h30, o espectáculo,. La barque, le soir, subiu à cena.
No próximo sábado, dia 11 de Junho, haverá novamente Oficina para crianças, às 15h, com o mesmo tema: “De onde vem a luz?“, mas desta vez para crianças dos 8 aos 11 anos.
As conversas com o público, são agora interrompidas e retomam, dia 24 de Setembro, com a Companhia Ensemble, do Porto, que nos trará o espectáculo Rei Lear, de William Shakespeare. Os colóquios e debates continuarão no Festival de Almada, em Julho, nos locais habituais, Esplanada da escola D, António da Costa e Casa da Cerca.
in CTA, 29 mai 2016