5 RAZÕES PARA IR VER O MISANTROPO

Peça de Martin Crimp atualiza clássico de Molière, em verso branco, mostrando “o valor do pensamento em ação”, como diz Nuno Carinhas, que o encena no Teatro Municipal Joaquim Benite, em Almada. Estreia esta quinta, 28 de abril.

Rita Bertrand in Sábado 28 Abril 2022

1ATUALIZA MOLIÈRE Não é para os tornar mais apelativos ao público de hoje que Martin Crimp reescreve clássicos. “É porque se apaixona tanto pelo material que tem de o tornar seu. Este gesto do dramaturgo, do teatro a tratar de si próprio, comove-me”, diz o encenador desta nova versão da história de Alceste, um homem enojado pela sociedade do seu tempo.

2É UMA SÁTIRA Em Almada de 28 de abril a 22 de maio, de quarta a domingo, O Misantropo é uma divertida sátira à sociedade, que aponta o dedo às elites e aos que se conformam com elas. Alceste, o protagonista, “tem uma visão pessimista do sistema, mas faz parte dele. É um autor de renome, mas recusa a movida da fama”, afirma Nuno Carinhas.

3CONTA UM AMOR Aqui a corte seiscentista de Molière torna-se a suíte de um hotel londrino, mas a história é a mesma: o dramaturgo Alceste está lá, desenquadrado, para declarar o seu amor – no caso, à estrela de cinema Jennifer. Porém, ela está sempre rodeada de gente: o agente, o critico, a jornalista… Conseguirá ele seduzi-la e convencê-la a trocar aquele luxo (e lixo) urbano por uma vida a dois no campo?

4RECUSA 0 DISCURSO FÁCIL “É um confronto de maneiras de estar, através da palavra, recusando o discurso fácil. Vemos o valor do pensamento em ação, o que considero importantíssimo neste tempo do Lol, da linguagem simplificada”, defende Carinhas, chamando a atenção para o facto de a peça ser em verso (tal como era a de Molière), “o que é muito difícil para os atores”, e ter sido traduzida por um poeta, Daniel Jonas.

5TEM UM GRANDE ELENCO Partindo de um clássico, é natural que O Misantropo tenha muitas personagens, o que é raro ver-se em produções portuguesas, por sair caro. Esta criação da Companhia de Teatro de Almada reúne nove atores, incluindo André Pardal, Tânia Guerreiro, Teresa Gafeira, João Farraia, João Cabral, Pedro Walter, Ivo Marçal e, nos países do dramaturgo Alceste e da sua amada Jennifer, Ivo Alexandre e Leonor Alecrim.

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