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SONHAR

Por altura da passagem de 40 anos de trabalho em Almada, considerou a Companhia ser útil a apresentação no Teatro Municipal de uma exposição que mostre não só algumas fotografias de todos os espectáculos realizados, como também alguns documentos reveladores da sua vivência interna e muito do que foi o caminho percorrido, os seus êxitos, as suas dificuldades.
Porquê esta exposição?
O que sabem os jovens de 17, 20, 30 anos desta Companhia que gere o Teatro Municipal? Pouco, ou mesmo nada. De que se lembram os espectadores fiéis que têm hoje 50 ou 60 anos? Talvez de espectáculos que viram, mas ficarão surpreendidos com alguns dos documentos patentes nesta exposição. Mesmo entre os elementos que constituem a Companhia, quantos saberão que as linhas orientadoras do nosso trabalho de hoje já vinham expressas no primeiro espectáculo, quando éramos ainda um grupo amador? Que surpresa terão ao verificarem que as dificuldades que hoje enfrentam são tão próximas das que a Companhia encontrou ao longo destes 40 anos em Almada?
Nesta primeira fase, que cobre os anos de 1971 a 1987, a exposição está dividida em três espaços:

.. O Foyer, onde estão expostas as fotografias de todas as peças;

.. O Restaurante, onde se expõem cartazes de espectáculos, documentos internos que evidenciam aspectos da organização do trabalho, da reflexão teórica sobre a prática teatral, e do sempre presente diálogo com as instituições das quais também depende o desenvolvimento do nosso trabalho;

.. A Galeria, onde se exibem vídeos com depoimentos de quem ajudou a construir este projecto cultural, e de quem o seguiu com dedicação.


PLANTAR

O pequeno Teatro Municipal continuará a sua vida de teatro. Aqui ficarão gravadas nas  paredes, nos palcos, nos recantos das diversas instalações, quinze anos de criações, de ideias, de sacrifícios e lutas, de colaborações generosas, de grandes alegrias – e algumas tristezas. Espero que esta seja sempre a casa de Virgílio Martinho e António Assunção, que não puderam chegar ao momento presente mas que sonharam e trabalharam para que ele fosse possível.


A FESTA

Quando, em 1984, num improvisado e pequeno palco de ar livre instalado no Beco dos Tanoeiros, na zona velha de Almada, se fez a primeira “Festa de Teatro” (a denominação primitiva, que se manteve durante vários anos) não poderíamos, naturalmente, prever que o Festival de Almada se transformaria no grande acontecimento cultural, de expressão nacional e internacional, que hoje, inegavelmente, é.
Com uma regularidade anual que não sofreu a mais pequena perturbação, foi necessário vencer inúmeras dificuldades e ultrapassar obstáculos de natureza diversa (uns inerentes à ambição do projecto, outros ainda desnecessários e determinados por factores que sempre confluem no nosso país para ignorar quaisquer iniciativas culturais que visem ultrapassar a rotina, impor a inovação e afirmar uma identidade própria). É, contudo, também verdade que num processo de luta tenaz pela sobrevivência, crescimento e aprofundamento do projecto, tivemos o ensejo de encontrar apoios, cumplicidades, colaborações marcadas pela inteligência generosa dos que acreditam que está ao alcance dos homens, nas suas mínimas acções, alterar as condições em que se movem.
Do Beco dos Tanoeiros ao novo TMA foi um longo caminho. Mas novos caminhos se abrem – assim se compreenda a necessidade de percorrê-los.


VIAGEM

O Teatro Municipal Joaquim Benite foi concebido de raiz para albergar a Companhia de Teatro de Almada. As características e as valências deste equipamento municipal, ideais para o funcionamento regular de uma estrutura de criação teatral, têm sido objecto de estudo em várias publicações nacionais e internacionais. A História da construção desta Casa, inaugurada em Julho de 2005, assenta na colaboração entre a CTA e a Autarquia almadense ao longo de quatro décadas. O percurso deste projecto foi longo e sinuoso: só graças à imaginação e à perseverança dos que o protagonizaram é que a sua execução foi possível.


de terça a sábado – das 12h às 22h30 | domingos – das 12h às 19h30

Catálogo Exposição