UMA VISITA INOPORTUNA

de Copi | encenação de Philip Boulay

14 JANEIRO a 7 FEVEREIRO, 2010 | SALA PRINCIPAL

Num ambiente improvável – o quarto de hospital onde Cirilo morre de Sida -, assiste-se a um desfile de personagens bizarras. É o aniversário de Cirilo e o seu amigo Humberto – velho dandy de uma elegância arcaica – resolve ir vê-lo, facto ampliado numa sequência felliniana de visitas exóticas: um jovem e tímido jornalista; uma diva operática italiana, engasgada com um osso de galinha; um lascivo professor de medicina e a sua amante; uma enfermeira drogada e histericamente assassina. O humor negro do dramaturgo e encenador argentino Copi – nasceu em 1939, morrendo de Sida em 1987 – conduz esta desvairada companhia a uma carnavalesca morte colectiva, dissimulando num final típico do Ultra-Romantismo a dor lancinante do fim inevitável.

UMA VISITA INOPORTUNA«A minha prática teatral é exigente para poder ser acessível ao maior número de espectadores». O livre rigor estético, aqui assumido pelo encenador francês Philip Boulay (n. 1967), é bem conhecido dos espectadores de Almada, que puderam assistir às suas encenações de O ruído do mundo entrou-me no ouvido – peça de Elsa Solal apresentada no TMA, em 2008 – ou de Na solidão dos campos de algodão, texto de Koltès visto no Festival de Almada de 2006. Sublinha-se, pois, o regresso do director artístico da Wor(l)ds Compagnie, que trabalha tanto autores consagrados (Shakespeare, Molière ou Marivaux), como contemporâneos (Mishima, Fellini, Copi ou, com particular afecto, Koltès).

Tradução Jorge Pereirinha Pires
Cenário e figurinos Jean-Guy Lecat
Desenho de luz José Carlos Nascimento
Intérpretes André Gomes, Diogo Dória, João Farraia, José Martins, Laurinda Chiungue, Maria Frade
Apoio CulturesFrance

14 JANEIRO a 7 FEVEREIRO, 2010 | SALA EXPERIMENTAL

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