Um estado de loucura normal

Dia 14 de outubro fechamos mais um ciclo de Conversas com o Público. Os convidados são António Gonzalez, psicólogo e encenador, e Miguel Seabra, actor e encenador. A conversa vai ser moderada pelo psicólogo José Henrique Ornelas.

No último sábado, conversámos com a psicóloga clínica e psicanalista Maria Antónia Carreiras e com a actriz Mara Rueff.  José Ornelas, na qualidade de moderador, no início da conversa lançou a questão aos convidados: O teatro pode ajudar-nos na saúde mental na questão da identidade?

Maria Rueff disse que “o cómico tem de ser o mais lúcido, trabalha com a dor humana.” Maria Antónia carreiras pelo seu lado explicou que “o nosso cérebro é uma máquina de processar informação, e a narrativa é um esforço de ligação”. Continuou: “a comédia é melhor que os comprimidos, tem um efeito mais duradouro”.

José Ornelas disse que vivemos uns tempos em que tudo o que sai fora de uma norma cada vez mais estreita é cada vez mais considerado loucura, e perguntou “será que há ainda espaço no teatro para a loucura?”

A conversa foi bastante animada e participada pelo público que acorre em número cada vez maior a estas conversas de fim de tarde aos sábados.

No sábado, dia 14 de Outubro, às 18h, no foyer do TMJB, terminamos o ciclo de Conversas a propósito do espectáculo Calvário. Os últimos convidados desta série intitulada A loucura vista e sentida de perto, são o psicólogo e encenador António Gonzalez, e o actor e encenador Miguel Seabra. A moderação da Conversa é do psicólogo José Henrique Ornelas.

Para mais informações e para aceder ao programa completo das Conversas com o Público a propósito do espectáculo Calvário clique aqui.

José Henrique Ornelas é Professor Catedrático Jubilado do ISPA. Coordena o Centro de Investigação APPsyCI – Applied Psychology Research Center Capabilities and Inclusion. É fundador da AEIPS (Associação para o Estudo e Integração Psicossocial), uma ONG que estuda e desenvolve programas de integração de pessoas com doença mental. Ao longo da sua carreira coordenou diversos projetos e iniciativas de apoio à desinstitucionalização em saúde mental, tendo estado directamente ligado ao encerramento do Hospital Miguel Bombarda, em 2011. Desde 2009 que coordena o programa de integração Housing First, especializado no suporte a pessoas com doença mental e em situação de sem-abrigo.

 

António Gonzalez é docente, investigador, performer e encenador. Fundou, em 2005, o dISPArteatro, grupo de teatro do ISPA, que coordena até à atualidade e onde tem explorado as técnicas do Teatro Improviso, Teatro do Oprimido, Teatro Playback, Clown, entre outras linguagens. Fundou, em 2017, o Projecto Eco, dedicado ao Teatro Playback. É sócio didata da Sociedade Portuguesa de Psicodrama, dirigindo grupos de psicodrama há mais de 20 anos. É docente no ISPA desde 1995. Investiga e publica na área das relações entre o Teatro e a Terapia, tendo vários artigos publicados em revistas nacionais e internacionais. É licenciado em Psicologia das Organizações, e Mestre e Doutor em Psicologia da Educação.

 

Miguel Seabra licenciou-se em Teatro – Curso de Formação de Actores pela ESTC, em 1992. Nesse mesmo ano funda o Teatro Meridional, companhia que dirige e que tem marcado o seu percurso artístico. Enquanto actor trabalhou em televisão em projectos como Pedro e Inês, Equador e Sul; e em cinema nos filmes Coitado do Jorge, Uma cidade qualquer, Logo existo, Singularidades de uma rapariga loura, Tejo, Al Berto e Parque Mayer. Lecciona regularmente acções de formação sobre o trabalho do actor, nomeadamente no Teatro Meridional, na ACT – Escola de Actores, na EPTC e no Mestrado de Teatro e Educação da Escola Superior de Educação de Lisboa. Quatro das suas criações apresentadas no Festival de Almada venceram o prémio Espectáculo de Honra: Ñaque (1998), Qfwfq (2000), O sr. Ibrahim e as flores do Corão (2013) e Al Pantalone (2015).

in CTA 08 Out 2023

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