LA SYLPHIDE

COMPANHIA NACIONAL DE BAILADO | coreografia Auguste BOURNONVILLE e Jan LINKENS

29 e 30 DEZEMBRO, 2010 | SALA PRINCIPAL

Oinício do século XIX marca o advento de um estilo único e inesquecível de dança, o Bailado Romântico. A dança dessa época procurava um caminho para a afirmação, e o estilo romântico foi a resposta e um dos motivos da popularidade do bailado. Elementos como o sobrenatural, a morte pela paixão avassaladora e a mulher ideal, caíram no gosto e continuam até os dias de hoje.
Mas não foi só no campo das ideias que o bailado evolui. Apareceram pela primeira vez os tutus românticos, tecidos translúcidos e transpostos em várias camadas dando a ideia de leveza das bailarinas, ao mesmo tempo que aparecem as sapatilhas de pontas, as quais permitem dar a ilusão de flutuar. Novos recursos técnicos são também uma inovação na cenografia permitindo literalmente o voo pelo palco e tendo esta fórmula resultado num verdadeiro sucesso seguido na criação de outros bailados.
Apesar deste enorme sucesso La Sylphide cai no esquecimento e é Pierre Lacotte que após um profundo estudo sobre a dança da época o trás de novo aos palcos da Ópera de Paris em 1971. Mas é a versão de August Bournonville que a Companhia Nacional de Bailado opta por repor no ano de 1980.

LA SYLPHIDE

I ACTO – Em Casa de James

LA SYLPHIDEA Sílfide povoa a imaginação de James adormecido, junto à lareira. Visível aos olhos dele, invisível para os restantes, a Sílfide cuja natureza irreal a não impedira de sentir despertar um grande e desesperado amor pelo jovem escocês, procura através da sua dança envolvente, distraí-lo dos projectos de futuro que até ali tinha consagrado a Effie, sua noiva. A Sílfide seduz James e é ela própria seduzida pela natureza real dos objectos que a rodeiam, nomeadamente uma garrida écharpe em que se envolve voluptuosamente…
A cena tem lugar no próprio dia dos esponsais, Gurn, irmão de James, que nutre uma secreta paixão por Effie, surpreende James com a Sílfide e denuncia-o publicamente. Mas a Sílfide tem mil e um artifícios para aparecer e desaparecer, no seio da pequena multidão de convidados para as bodas que dançam alegremente as danças típicas – os reels – da sua terra natal. Ninguém acredita na existência desse ser e o próprio James começa a pensar que sonhou… Mas uma velha bruxa das cercanias, Madge, a quem todas as raparigas pedem que lhes leia a sina, é rechaçada rudemente por James. Vingativa, ela profetiza que Effie nunca desposará James. Entretanto a Sílfide que apareceu a este novamente, lamentando que a troque por Effie, consegue atraí-lo ao seio da floresta onde vive. Gurn lança o alarme. Todos se precipitam em busca do fugitivo enquanto Effie desfalece nos braços das amigas.

II ACTO – Na floresta

LA SYLPHIDEA velha Madge rodeada por três amigas, bruxas como ela, celebra os seus malefícios numa clareira da floresta. Num caldeirão mergulha estranhos farrapos e, por entre rezas e esconjuros, transforma-os numa belíssima écharpe que será o instrumento da sua vingança contra aquele que a expulsou das bodas…
James, na sua busca febril da Sílfide maravilhosa que se lhe oferece e se lhe escapa a todo o momento, cruza todas as veredas da floresta. Igualmente Gurn aparece e é abordado pela bruxa que o convence a pedir a Effie que aceite o seu amor. Madge sabe que James é um homem perdido… pois será ela que lhe oferecerá a écharpe enfeitiçada com que poderá brindar a Sílfide. Segundo ela só as asas a impedem de pertencer a um ser humano. Tolhidas estas pelos nós da écharpe, ela cair-lhe-á nos braços com a maior facilidade…
Surge a Sílfide que convida James a penetrar no seu mundo de sonho. Com ela aparecem as suas companheiras que rodeiam James, procurando evitar que este toque na sua rainha o que significaria a destruição desta última. James, porém, acena com a écharpe. A Sílfide não pode resistir a um assomo de feminina coquetterie e lança a écharpe pelos ombros, permitindo a James que a envolva nos seus braços. Dá-se a metamorfose, as asas desprendem-se e a Sílfide cai, inerte, aos pés de James enquanto as suas companheiras acorrem a recolhê-la, para a transportar ao reino donde não mais regressará.
Quase simultaneamente, aos olhos alucinados de James surge o cortejo nupcial de Effie e Gurn. Cumpriu-se a profecia de Madge! James desfalece. A velha bruxa, surgindo de novo das profundezas da floresta, ergue-se sobre o corpo inanimado do homem que perseguia um sonho…
Sadicamente, Madge obriga-o a olhar a Sílfide que desaparece nos ares arrastada por uma força invisível. E, de todo o drama, fica a imagem da velha bruxa exultante, símbolo do Mal alçando-se sobre a figura vencida do apaixonado James…

Ficha técnica
Coreografia Auguste BOURNONVILLE
Versão e coreografia adicional Jan LINKENS
Música Herman LÖWENSKJOLD
Cenários Ferruccio VILLAGROSSI
Figurinos Hugo MANOEL

29 e 30 DEZEMBRO, 2010 | SALA PRINCIPAL |  M/6

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