DURA DITA DURA

Texto e canção de Regina Guimarães | Encenação, cenografia e marionetas de Igor Gandra

TEATRO DE FERRO

Dura dita dura é a história de um menino, o Baltazar, que cresce algures, numa terreola perdida de um Portugal esquecido — mas apertadamente vigiado e auto-vigiado. Baltazar é mudo, mas não surdo. A sua vivacidade de menino fora do baralho conflitua manifestamente com o obscurantismo que caracteriza o Portugal dos pequenitos. Baltazar é um escândalo de silêncio num País silenciado. Mas não se escolhe o lugar e o tempo onde se nasce. Dura dita dura é um espectáculo de marionetas para todas as idades acerca da atmosfera de terror surdo que reinou durante meio século num País onde as paredes tinham ouvidos. Através do olhar atento, por vezes atónito, de uma criança bem-amada, mas permeável ao mal-estar dominante, dá-se a conhecer um passado ainda próximo que tende, contudo, a esbater-se nas ‘brumas da memória’.

O Teatro de Ferro surgiu em 1999, com direcção artística de Carla Veloso e Igor Gandra. O nome desta companhia pressupõe uma noção de matéria primordial resistente, e ao mesmo tempo mutável: um processo de transformação que continua a ser inspirador. O trabalho deste grupo de artistas tem sido desenvolvido principalmente no campo do teatro de marionetas e objectos — inscrevendo-se numa lógica de investigação na qual a marioneta assume um valor matricial nas suas hibridações possíveis, tentadas e tentadoras. As relações do corpo-intérprete com o objecto-mundo manipulado, e a implicação de cada espectador na construção desta relação, são linhas de reflexão transversais à extensa prática artística da companhia portuense.


15 e 16 ABRIL, 2023 | SALA DE ENSAIOS

sáb às 16h00
dom às 11h00

Duração: 50 min. | M/6

Música Michael Nick
Fado/Canção Ana Deus
Desenho de luz Rui Maia, Teatro de Ferro
Operação de Luz Mariana Figueroa
Operação de som Carla Veloso

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